quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Exercer a profissão

Eu escrever sobre a minha profissão de jornalista é fazer com que nasça uma crítica longa. Entretanto, evitarei ao máximo me perder nas linhas e falar algo curto e rápido. Seguir com a forma dinâmica de leitura do blog.

Meu sentimento com o jornalismo, atualmente, é de decepção e um pouco de revolta. Isso não tem haver com a forma com que se trabalham nos meios de comunicação, nem como a publicidade tem dominado o espaço de matérias e tão pouco dizer sobre os anunciantes que ditam linhas editoriais.

O que me deixa triste é a forma como se contrata nos veículos. As grandes empresas ainda possuem portas de entrada comuns, por espaços onde todos podem tentar alguma vaga. Onde as chances são mais iguais para todos. Mas, por outro lado, a quantidade de veículos bairristas, que ainda se limitam a contratar pelo famoso QI (quem indica) é assombroso.

Não interessa quem tem mais capacidade. O negócio hoje é só você ser 'amigo do cara certo' para se fixar em um lugar. Mérito? Isso passa longe. Quem quiser conquistar as coisas por mérito irá suar muito a camisa. Quando o QI pelo menos tem qualidade é entendível, mas quando ele não possui o necessário para a vaga e ocupa o espaço de um bom profissional é lamentável.

Além disso, há aqueles que acumulam funções e tomam a vaga de outro profissional. Veículos que fazem um jornalista fazer o trabalho de três, apenas para não contratar, visando só o lucro, sem pensar no bem-estar do funcionário.

Outro absurdo é o número excessivo de estagiários. Projetos de profissionais, contratados à baixo custo, para suprir carências. Entretanto, pouquíssimos são os estagiários que tem o preparo de alguém formado. Menos ainda são os que são contratados após o período de estágio.

Exercer a profissão em meio a esse panorama é bem complicado. O jornalista, hoje, quando trabalha, é um garoto de recados. Faz tudo pelo telefone, anota o que foi dito e publica. Ir para a rua, entrevistar cara a cara, escrever um bom texto, ter fotos...está no passado.

O jornalismo do século XXI é triste, oscila em qualidade, é invadido pela internet, seus balões de ensaio e barrigas. Tempos onde se credita qualquer um e se degrada cada vez mais a profissão. Eu diria que é a era pós-moderna do jornalismo.

"Vamos ao trabalho
 Vamos ao trabalho
 E só há uma maneira de faze-lo
 Direito, bem feito
 Senão é melhor nem começar"
(Titãs - Vamos Ao Trabalho)

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