quinta-feira, 16 de maio de 2013

A queda da soberania (e da soberba) brasileira

Em 2011, quando avançaram cinco brasileiros para a segunda fase da Taça Libertadores, muitos já definiam confrontos antes mesmo dos jogos. Grande parte cravava: Santos e Cruzeiro, Inter e Grêmio. Ainda tem o Fluminense. O Brasil irá atropelar. Entretanto, quatro destes caíram. O Santos, que restou, passou a duras penas até o título.

Aquilo servia de lição para não menosprezarmos mais o futebol do resto da América. O futebol é jogado no campo, não no papel, não na teoria. Infelizmente, o ano de 2012, com o futebol pragmático e de organização tática quase que perfeita de Tite no Corinthians, voltou a causar a 'cegueira' futebolística nos brasileiros. Coisa que piorou depois da conquista do Mundial, pelo mesmo Corinthians.

Entramos na segunda fase de 2013 cravando: vão passar 5 brasileiros para a próxima fase. Fluminense passou, no sufoco. Corinthians e Palmeiras estão eliminados. Grêmio ainda corre risco de sair. O Atlético-MG foi o único brasileiro a passar tranquilo porque, afinal, eliminou OUTRO brasileiro, o São Paulo.

Quando o Palmeiras foi jogar, na noite da última terça-feira, ouvi comentaristas de futebol dizendo: 'O Palmeiras atropela o Tijuana. O Corinthians penou lá, mas aqui deu show. Esse time é fraco'. Palmeirenses já imaginavam os duelos, na raça, contra o Galo. E deu no deu. O tombo é maior quando o sonho é mais alto.

Da mesma forma, o Corinthians encarou o Boca Juniors. Com memórias da final de 2012 e o amplo domínio no Pacaembu. Mas, a história não se repetiu. O Boca era outro, Riquelme foi outro. Carlos Bianchi estava no banco. Com ou sem erros de arbitragem, o que importa é que o Boca Juniors está nas quartas e os Xeinezes comemoram neste momento.

Palmeiras, Corinthians e São Paulo fora. Ruim para o futebol brasileiro, especialmente o de SP, ótimo para o futebol continental. Mostra que ainda há graça na Taça Libertadores. Que o domínio brasileiro não é completo no continente, que o Boca, mesmo que fraco, sempre será o Boca. Assim como Newell's Old Boys entre outros.

Que estas derrotas sirvam de lição a comentaristas e torcedores que tentam tanto taxar de pequeno e feio o futebol jogado no resto da América. Não acredito que os jogadores e técnicos entrem com este pensamento. Seria péssimo para o futebol se isso acontecesse.

No mais, parabéns aos classificados e aguardmos pela decisão da vaga do Grêmio e Santa Fé, nesta quinta-feira.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Falha santista

Após digerir como torcedor e como brasileiro a derrota acachapante do Santos para o Barcelona, chegou a hora de tirar a poeira deste espaço e voltar a escrever um pouco. Desta vez, um tema que vale a pena gastar um tempinho.

Li diversos textos. Muitos deram razões técnicas para explicar a derrota. Outros foram pelo lado de que a equipe catalã tem um futebol de outro planeta. Alguns ainda enalteceram o vice-campeonato do time brasileiro, mesmo com a goleada por quatro a zero.

Penso que, na verdade, a culpa pela derrota do Santos não está na má atuação de Paulo Henrique Ganso, nas falhas de marcação que deixaram Messi e Xavi cara a cara com o gol ou o preciosismo de Neymar, que prendeu a bola demais e que não soube finalizar quando teve chance.

O grande erro, a grande falha do Santos FC está em demorar 48 anos para voltar a ser campeão da Libertadores. Talvez, se tivesse ganho em 2003, enfrentasse uma equipe normal como o Milan, e pudesse ter alguma chance.

A verdade é que não se deve procurar culpados pela derrota tupiniquim perante aos espanhóis. Há equipes que simplesmente, são quase imbatíveis. Da mesma forma que Milan e Benfica não foram páreos para o Santos de 62/63, por mais que os dois adversários tivessem muitos craques, o Santos sucumbiu ao Barcelona porque não havia como ser de outra forma.

Eusébio era gênio, mas Pelé era mito. Na mesma moeda ficaram de um lado Neymar e do outro Messi. Não é necessário procurar culpados, apontar erros. Era inevitável. O Santos aprendeu, fora do campo, como administrar um clube com o Barcelona. Agora, é hora de tirar lições e como se portar dentro de campo como o time catalão.

Fim de temporada, hora de esperar pelo que vem em 2012.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A peso de ouro

Uma matéria divulgada no UOL informou que cada medalha que o Brasil ganhou nestes murchos Jogos Pan-Americanos Guadalajara 2011 custou R$ 6,5 milhões. Também de acordo com a notícia, R$ 928 milhões foram investido nos últimos quatro anos em esporte pelo governo apenas juntando a Lei Piva e Lei do Incentivo Ao Esporte.

Daí agora vocês pensam: 'Nossa, isso é muito dinheiro. Quase 1 bi só em incentivo ao esporte'. Engano se fizermos uma rápida conta. O Brasil foi representado por 519 atletas no Pan do México. Se dividirmos o dinheiro investido pelo número de atletas da um total de 445 mil reais investido por ano em cada um.



Alto-rendimento em esporte olímpico necessita um grande investimento. Claro, esses 928 milhões não foram divididos de forma homogênea. Eu dúvido que a esgrima, que não tem nem local adequado para treinar, tenha tido um investimento de 445 mil reais por ano em cada atleta.

Apresentar números brutos para analisar o desempenho do País, é fácil. Mascarar a verdade desta forma, também é. Se 50% dos nossos esportistas voltaram com alguma medalha, isso quer dizer que metade apenas está em bom rendimento pan-americano.

Se você levar esses números a nível olímpico, apenas 26% dos atletas estão realmente em alto-rendimento. Ou seja, não há um investimento correto em esporte e estas medalhas estão saindo caras. É necessário um alto investimento em esporte e de forma organizada e bem distribuída. Não adianta nada dar um baile em natação e judô e ser aquela vergonha em outros esportes.

Por favor, tiremos algumas lições com o Estados Unidos para formar grandes atletas e não meras exceções.

sábado, 29 de outubro de 2011

Objetivo concluído

Leitores e leitoras do blog, eu conclui um dos meus objetivos neste espaço. Aliás, conclui alguns objetivos da minha vida nesse mês de outubro. Um período extremamente produtivo e de grandes e bons frutos para a minha pessoa.

Consegui o emprego e tudo mais. Mas, aqui, cheguei a meta de um post por dia durante um ano. Lógico, não teve posts durante viagens que eu fiz, mas cheguei aos 365 posts do blog durante esta semana. Tive criatividade e paciência (quase sempre) para escrever todos os dias sobre assuntos variados.

Durante esse tempo, o blog teve N linhas editoriais. Refletiu cada momento da minha vida, o astral de cada dia e hoje vejo o nível de evolução que tive durante esta época e quanto me fez bem este canal de comunicação para com o mundo.

Então, depois desse objetivo concluído, passo a mudar um pouco o espaço. Desculpem, mas o trabalho e outras coisas do dia-a-dia estão me consumindo. Isso impossibilita posts diários. Agora, prometo textos melhores, mas sem periodicidade. Obrigado por todos que, em algum momento, acompanham o 'Devaneios da madruga'. Até o próximo post!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Saída em tempo certo

Após muito se especular e nada a se provar, Orlando Silva deixou o Ministério do Esporte. Ainda acredito na inocência do, agora, ex-ministro. Ele ficou no meio do fogo cruzado entre Governo x CBF/FIFA. Alguém tinha que pagar o pato por encarar a máfia da bola. Mas saiu antes que começassem a inventar mais mentiras.

Assim como Orlando Silva disse, eu também acho que não aparecerá nenhuma prova que o incrimine. O próprio policial já está com medo de falar. Só fala ao Governo o que os advogados mandarem. Além do que, ele mesmo disse que não tem provas concretas que incrimem Orlando Silva ou o antecessor, Agnelo Queiroz.

A investigação deveria estar no outro lado da queda de braço. Andrew Jennings, jornalista britânico da BBC, esteve no Congresso. Fez diversas acusações em relação a Ricardo Teixeira. Até revelou que o governo suíço possui uma 'carta de confissão' do presidente da CBF afirmando que recebeu propinas.

No lado sujo do mundo político, os bons não tem vez. Desta forma, cai Orlando Silva e assim cairão outros que se meterem no meio do caminho de Ricardo Teixeira, Sepp Blatter e outros sujeitos de índole duvidosa que formam a 'alta cúpula' do futebol mundial.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O Pan 'esquisito'

O Pan de Guadalajara é o Pan esquisito para o Brasil, pelo menos até o momento. Em esportes fortes, como o futebol masculino, o País passa vexame  e é eliminado na primeira fase. Onde ele não tem tradição, aparece alguma surpresa.

No ouro, são, até o momento, dez da natação e cinco da vela, além de vôlei e vôlei de praia, handebol e atletismo. Até aí, tudo bem, o Brasil é forte nesses esportes. Mas, eis que surgem, três medalhas de ginástica rítmica, onde não é lá a especialidade, uma em tiro esportivo, uma em triatlo e uma em patinação.

Com a medalha de prata, outras surpresas surgiram como pentatlo moderno, ginástica de trampolim e luta olímpica. No bronze, a lista aumenta com conquistas no squash, badminton, esqui aquático e esgrima. Valores invertidos.

O que será que nos aguarda para os Jogos Olímpicos de Londres 2012 e Rio de Janeiro 2016? Será que a tradição de boxe, basquete, vôlei, ginástica artística, natação, atletismo, hipismo e vela será surpreendida por novos esportes não-populares entre os brasileiros?

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Sem experiência

Não adianta contratar profissionais capacitados, se a alta cúpula é amadora. A Record comprou o direito de transmissão dos Jogos Olímpicos e Pan-Americanos, fez a festa por ter tirado tais competições das mãos da Globo, mas é um cachorro correndo atrás de carro: quando chega até ele, não sabe o que fazer.

Ainda que tenha montado uma equipe decente, não tem prioridade para o evento. A Globo tem um know-how em transmissão de grandes competições esportivas. Já o canal do bispo prefere dar preferência a programas de auditório do que ao esporte e jornalismo.

Tem que aprender que esporte não pode ser tratado como mais um entretenimento. Não se corta uma transmissão ao vivo para chamar comerciais, não se reprisa jogos em horários que competições estão rolando. Isso é de praxe.

Há muitos outros errinhos básicos cometidos pela emissora, mas que não vale a pena ficar discutindo agora. Eu me lembro da Globo interromper um jogo entre São Paulo x Fluminense, para mostrar uma bateria de atletismo da Olimpíada, porque a prioridade é a competição internacional. Agora, não se pode mostrar um jogo de basquete porque a Ana Hickmann vai entrar no ar.

É isso aí. Se o Pan-Americano é só um aperitivo para o que está por vir em relação ao desempenho de nossos atletas, o mesmo serve para a transmissão brasileira. Ter que aturar o principal evento televisivo depois da Copa Mundo, na Record, vai ser um negócio difícil de encarar.