terça-feira, 30 de novembro de 2010

(Des)acostumado

Quando você passa tanto tempo de uma forma, decide mudar, e sente que você está voltando a antiga forma, é estranho. Afinal, após ter estado anos e anos num estado, não deveria ser incomum se sentir assim. É como se você estivesse desacostumado com aquilo.

Essas situações deixam a qualquer um confuso. É como se você voltasse para sua cidade natal, mas sentisse que, após um ano fora, nada é mais o mesmo. Nesse momento, entra como se fosse um período de readaptação a tudo.

Mas, realmente, nada mais é o mesmo. Uma experiência adquirida neste tempo longe faz com que saibamos agir de forma diferente em relação a novas situações que aparecerão nesse lugar que, um dia, foi comum para nós. Um dia, escondido no passado.

O difícil é não deixar que os 'fantasmas' desses tempos distantes apareçam e te atrapalhem nesse retorno. Lembre-se, você tem muito mais armas para enfrentá-los agora. Não deixe isso acontecer. Não se enfraqueça. Alguns são difíceis de serem vencidos, mas com persistência, se consegue.

A verdade, entretanto, é que não quero voltar a esse estado. Até porque não sinto nada de nada relacionado a isso. Não há o mínimo de ligação para que eu tenha que voltar, como parece estar acontecendo. Como diz a letra de That Green Gentleman, do Panic! At The Disco: 'Things have changed for me and that’s ok / I feel the same / I’m on my way and I say / Things have changed for me and that’s ok.'

"Love, gimme love, gimme love!
 I don't need it
 But I'll take what I want from your heart
 And I keep it in a bag
 In a box
 Put an X on the floor
 Gimme more, gimme more, gimme more!
 Shut up and sing it with me!"
(My Chemical Romance - Na Na Na)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Vai entender...

Por um longo tempo eu imaginei ser uma pessoa sem coração. Sem me prender a ninguém e sem ter vontade disso. Tirando alguns momentos de carência, como qualquer ser humano tem, pensava estar livre desse órgão. Para mim, ele apenas estava bombeando sangue para o resto do corpo, e já tá muito bom.

Num passado não muito distante já fui, sim, um ser de coração apaixonado, por diversas coisas. Mas, entre tantas mudanças que ocorreram nos últimos meses, havia deixado de ser assim. De repente, percebo que estou tendo uma recaída nesse quesito.

Acho melhor parar com esse excesso de músicas sertanejas. Afinal, creio que isto esteja acontecendo por causa delas. Ontem, estava ouvindo uma delas até que parei para me perguntar: 'Ora bolas, porque essa música está mexendo comigo se nem interesse por alguém estou tendo?'.

Comecei a me questionar e...não faço ideia do porquê, apenas sei que mexe. Complexo demais, até para minha cabeça confusa por natureza. É, vai entender...

"Meu coração apaixonado
 Atormentado em dores
 Procura entre os outros
 Um inventor dos amores"
(Gusttavo Lima e Jorge & Mateus - Inventor Dos Amores)

O post de hoje vai com as músicas que, não sei porque, tem feito o coração pulsar de forma diferente.

Gusttavo Lima e Jorge & Mateus - Inventor Dos Amores


Jorge & Mateus - Vestígios


Jorge & Mateus - Pra Ter O Seu Amor

domingo, 28 de novembro de 2010

Psicodélico

De volta de mais uma noite cheia de novas memórias! Hoje foi algo divertido demais, excelentes companhias, ótimas risadas, álcool, shots, zoação...enfim, tudo que há de bom numa balada. Dessa vez, sem nenhum problema, o que é melhor ainda.

Bom, vamos aos fatos. O local tinha quadrados iluminados no teto, que piscavam em diversas cores. Após algumas doses de álcool, somadas a adrenalina do momento, olhar para o teto por alguns instantes passou a ser uma viagem completa. Era como ter ingerido alguma droga sem ter posto nada na boca. Um ar psicodélico durante a noite. Uma mistura de música, luzes e cores sensacional.

Há de se ressaltar alguns pontos curioso como o fato de, às 3h30 da manhã, surgir uma garota, no meio da balada, de shorts e sutiã (top ou bíquini, dependendo do ponto de vista de cada um). Todos olhavam com aquela cara de: 'afinal, que porra é essa?'. Além de pessoas que praticamente invadiam o espaço onde nós formamos nosso grupo, para dançar de forma estranha.

Tenho que lembrar também que uma garota foi alvo de gozação por parte do lado feminino do grupo porque estava com uma sandália rasteira não lá muito bonita. No fim das contas, ela foi a grande sortuda porque, enquanto as garotas de salto alto (não irei citar nomes kkk) reclamavam do calçado, com certeza ela estava muito confortável.

Por fim, ao término da balada, a boa e costumeira ida ao Mc'Donalds para comer algo e ficar conversando sobre diversos assuntos. A noite foi muito boa, mas, posso voltar a dizer: 'é, mais uma noite estranha'.

Deixo um trecho da música que fechou a noite para mim dentro da balada.
"Comme te po' capì chi te vò bene
 Si tu le parle 'mmiezzo americano?
 Quando se fa l'ammore sotto 'a luna
 Come te vene 'capa e di: "I love you!?
 Pa pa l' americano"
(Yolanda Be Cool - We No Speak Americano)

sábado, 27 de novembro de 2010

Memórias

Fim de semana à vista!!! Hora de mais memórias loucas por vir. Afinal, será mais um aniversário de um membro da mlkada comemorado na balada, como foi a grande maioria dos aniversários até o momento. Chegou o dia da 'madrugada estranha'.

Hoje é dia de Seven Disco! Tempo de beber, estar com os amigos, beber mais um pouco, rir muito de tudo e aproveitar a noite. Fins de semana assim serão sempre especiais. São os que eu mais curto, sem comparação ao resto do ano.

Bom, por hoje é só. Vou dormir que amanhã de manhã tem jogo vindo pela frente. A noite é hora da balada. Haja coração, amigo! Haja energia pra tudo isso também!


"All the crazy shit I did tonight
 Those will be the best memories
 I just wanna let it go for the night
 That would be the best therapy for me"
(David Guetta Feat. Kid Cudi - Memories)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Aproveite mais

Quantas vezes pensamos que nada dá certo para nós? Quantas vezes achamos que todo mundo consegue, menos a gente? Além disso, quantas vezes falamos que a coisa é mais fácil pra fulano ou ciclano por causa disso ou daquilo?

O problema é que a cada vez que fazemos isso, nos desanimamos com o mundo a nossa volta. Deixamos de acreditar em nós mesmos, de buscar nossos objetivos, de conquistar nossos sonhos. Ficamos acomodados na estagnação.

Há também quem fique atado ao passado, a conquistas que já se foram a muito tempo,a  perdas que ainda não sabemos lidar com elas, faça muito ou pouco tempo. Tudo isso faz com que a pessoa se torne frustrada e passe a projetar suas decepções e mágoas nos outros. Uma forma de não procurar enxergar os próprios erros.

Então, antes de desanimar de vez, antes de sair atacando quem nada tem haver com seu fracasso momentâneo, levante e vá atrás do que quer. Aproveite mais a vida, enquanto ainda há tempo para isso.

"Esse é o nosso tempo
 Esse é o nosso tempo aproveite mais
 Que hoje o tempo é de paz"
(Falamansa - Tempo De Paz)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Let it be

Pra que se estressar com o mundo a sua volta? Deixe acontecer. Deixe as coisas fluirem que, ao final da jornada, tudo voltará como recompensa até você. Não se importe demais, não se julgue demais.

Deixe ser. Deixe rolar. Veja até onde vai. Para de levar algo tão a sério se, no final das contas, vamos morrer de qualquer forma. Você está aqui e é para aproveitar. Desfrute da viagem.

Esvazie a mente. Sinta o mundo a sua volta, relaxe. Quando alguma situação parecer sem saída e não há nada o que fazer, respire fundo e pense: 'let it be'.

"Let it be, let it be.
Let it be, let it be.
Whisper words of wisdom, let it be."
(The Beatles - Let It Be)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Liberdade

Liberdade. Quantos não morreram em busca dela e por ela? Com tantos exemplos, espalhados pela história, não entra na minha cabeça como existem pessoas que negam a própria liberdade e se conformam em ser prisioneiras nesta vida.

Pior é quando reclamam que não possuem liberdade mas não fazem nada para mudar isso. Se tornam reféns de um relacionamento que vai de mal a pior, de um emprego que odeiam, de amigos que julga serem falsos. Mas, ainda assim, segue nesse cotidiano. Apenas aceita.

Essas situações são tão fáceis de serem controladas, revertidas, mas há quem prefira a inércia. Entretanto, esse tipo de reclusão não é do pior tipo. É muito mais díficil quando o que prende são conceitos. Ser refém de um preconceito, de uma ideologia, de uma filosofia.

Já diria o francês Marcel Achard: "Um homem que nunca muda de opinião, em vez de demonstrar a qualidade da sua opinião, demonstra a pouca qualidade da sua mente." Pouca qualidade que o faz se trancar do seu mundo e ser uma marionete de suas próprias ideias.

Por isso que eu creio que o melhor é sempre tentar manter a mente aberta e, desta forma, tentar respirar um pouco de liberdade, mesmo que não em sua plenitude.

"Pra matar a sede
  Eu quero aproveitar
  A liberdade"
(Rodox - Beach Punx)

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Cada degrau

Imagine a vida como uma grande escada. Uma que, de tão comprida, você não consegue enxergar o final. Fazer esta analogia é uma forma de encarar de forma mais fácil a tarefa, por vezes complicada, de passar por esse longo caminho chamado viver.

Agora, pense que cada etapa, cada desafio, cada obstáculo, é um degrau. Podem ser degraus compridos, curtos, altos, baixos. Não importa. Para chegar ao final de tudo, você tem que ultrapassar cada um deles, até alcançar o último.

Como você vai subir essa escada? Correndo ou passo a passo? Eu aconselho a segunda opção. Correr significa um risco maior de você levar tombos, escorregar e até rolar alguns destes degraus à baixo. Além do que, um passo de cada vez traz segurança e uma maturidade maior.

Subir cada degrau, um por vez, conhecendo a importância de ter vencido cada desafio na sua vida. Isso é o mais importante. Adquirir conhecimentos por meio de todas as situações que você enfrenta, obstáculos que vence. Quando a escada chegar ao fim, com certeza, você terá alcançado o melhor da sua vida.

"Cada degrau que eu subo é uma festa
 De festa em festa, vou subindo com prazer"
(Edu Krieger - A Escada)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Chegando a hora do balanço

Com a proximidade do mês de dezembro, é hora de começar a 'fechar as contas' de 2010. Hora de fazer um balanço sobre tudo que aconteceu durante o ano, prós e contras, ganhos e perdas, e avaliar se o ano foi positivo ou negativo.

Apesar de tudo que ainda não consegui realizar, como a conquista de um emprego definitivo ao invés de ficar de freelancer em freenlancer, de ainda não ter sossegado o coração, foi um bom ano. Meses de grande experiência para um crescimento interior. Eu estava precisando disso.

Um ano em que eu me perdi algumas vezes, me permeti errar, fazer escolhas, cultivar novas amizades, resgatar antigas, de voltar a ser um pouco eu mesmo. Recuperei grande parte da alegria que havia perdido, me forcei mais a sair de casa, a ver o mundo.

Viajei, peguei estrada dirigindo, aproveitei. Tive muitas doses do que eu considero viver. Pude sair da rotina e da monotonia. Ter novas e boas lembranças do que aconteceu durante 2010. Lógico, houve momentos ruins, de tristeza, brigas, rompimentos. Não dá para sorrir todos os dias. Mas, na soma, o ano está muito positivo.

Posso dizer que este ano foi muito bom. Começou sombrio, mas clareou ao longo do tempo. Ainda não posso dizer que está perto do perfeito, mas tenho ainda um mês pela frente. Espero que até o fim de 2010 eu já mude esse pensamento. Já possa falar: 'sim, esse foi o melhor ano'.

"I wake up at the end of a long, dark, lonely year
It's bringing out the worst in me"
(Plus 44 - Lycanthrope)

domingo, 21 de novembro de 2010

Te lembra disso?

Ah, que falta faz o humor feito com inteligência. Hoje, o que vemos está longe de ser algo engraçado. É um humor apelativo, daquele que quer mostrar só bundas e piadinhas de baixo calão para satisfazer os brasileiros. Está faltando inteligência.

Por ser fã deste humor inteligente e mais requintado, sinto falta de 'Os Normais', 'Sai De Baixo' e, principalmente, 'Escolinha Do Professor Raimundo'. Neste momento, lembro de diversos personagens. Alguns que me fizeram, e ainda fazem graças ao canal Viva, dar boas risadas.

Que falta sinto do Rolando Lero e o seu 'amado mestre', ou do Ptolomeu e seu 'divirjo mestre!'. Assim como tantos outros bordões. Cito alguns como Dona Bela: 'Ele só pensa naquilo'; Dona Cacilda: 'Beijinho, beijinho, pau pau'; e Seo Boneco: 'A que horas sai a merenda?'.

Entre tantos, o que mais sou fã é de Lúcio Mauro, pai de Lúcio Mauro Filho. No papel de Aldemar Vigário, sempre elaborou histórias para colocar o professor Raimundo Nonato em alguma saia justa. Era uma troca de provocações engraçada. Aldemar Vigário sempre perguntava para o professor Raimundo: 'Te lembra disso?'

Isso é que era humor de verdade. Hoje, vejo apenas baixaria e fraco conteúdo. Que falta fazem os grandes comediantes do Brasil.

"Vamos à escola
  Toda hora é hora
  Vamos à escola
  Lá se aprende a viver"
(Música tema da Escolinha do Professor Raimundo)

sábado, 20 de novembro de 2010

O mundo é tão pequeno afinal...

Como tudo passa rapidamente na vida. É como se quase não pudessemos acompanhar, tal a velocidade que a vida vai. Mas, isto é viver, umas pessoas vão, outras vem para adicionar na sua experiência de ser alguém nesse mundo.

Inevitável é você cruzar com alguém que faz parte do seu passado durante esta jornada. Nesse momento, você deve manter a calma, lembrar das coisas boas e das lições e nunca, mas nunca mesmo, guardar o rancor consigo.

Ser uma pessoa assim indica mágoas e tristezas por um longo tempo. Creio que ninguém no mundo quer se enquadrar neste perfil. Pois bem, esqueça as desavenças e pregue a conciliação. Vamos tentar ser simpáticos e humildes ao invés de rudes e rancorosos.

Hora de viver um momento de alegria e paz, em meio a alguns tormentos da vida cotidiana. Não evite desafios, mas encare-os de frente, de forma adulta e saiba lidar com situações as quais você não está acostumado. O mundo é tão pequeno afinal...

"Então fica assim
 A gente se encontra outra ocasião
 Na festa junina, festa de peão
 No bar da esquina
 O mundo é tão pequeno afinal"
(Jorge & Mateus - O Mundo É Tão Pequeno)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O que é belo?

Quem ama o feio, bonito lhe parece. A pergunta feia no título é encarada, por mim, cada vez mais, como uma questão pessoal. Eu acredito que a beleza vem de dentro de quem olha cada pessoa, objeto, cenário. Ninguém pode ditar o que é belo ou não. Afinal, quem é você pra julgar o que é bonito?

Há quem irá pensar: 'Mas existem coisas que são impossíveis de você falar que não são bonitas.' Acredite, sempre existirá alguém que não achará nada bonito, que não chamará a atenção. Por exemplo, há quem goste de construções coloniais, até pela arquitetura e tal, mas, pelo meu pai, poderia derrubar tudo e construir algo moderno.

Isso vale para todas as coisas da vida. Até para aquela mulher de aparência estonteante. Vai existir alguém no mundo que irá preferir o interior do que exterior e achá-la feia, aos seus olhos. Nunca existirá uma unanimidade neste quesito.

Pensando melhor, é ótimo que seja assim. O que seria do vermelho se todos gostassem do azul? Já diria Nelson Rodrigues: 'Toda unanimidade é burra.' Se o conceito de belo parte da interpretação do indivíduo, do que cada um sente, seria a beleza algo abstrato? Talvez seja. Nos atraímos por algo ou alguém porque sentimos algo e não porque uma regra em algum lugar está dizendo que é bonito ou não.

"Belezas são coisas
 Acesas por dentro
 Tristezas são belezas
 Apagadas pelo sofrimento"
(Jorge Mautner e Nelson Jacobina - Lágrimas Negras)

Obs: Se alguém se interessar pela música, recomendo a versão do Otto com a Julieta Venegas.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Momento poético

Bom, hoje não estou afim de escrever sobre algo. Não irei divagar sobre algum assunto ou sobre algo que aconteceu comigo. Desta vez, vou deixar para os leitores um pouco mais de cultura. Algo que possa enriquecer mais a mente.

Então, escolhi um trecho de uma poesia de João Cabral de Melo Neto. Para quem não o conhece, Cabral de Melo Neto, nascido em Recife, Pernambuco, foi um dos principais poetas da literatura brasileira. Ganhou diversos prêmios como: Prêmio José de Anchieta, de poesia, do IV Centenário de São Paulo; Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras; Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro e Prêmio da União Brasileira de Escritores, pelo livro "Crime na Calle Relator", além de conquistas internacionais.

Também ocupou a cadeira número 37 na Academia Brasileira de Letras e tem como sua principal obra "Morte e vida severina".

O poema que escolhi foi 'Os três mal-amados'. No trecho abaixo, deixo à vocês, as palavras de Joaquim.

"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés.  Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.


O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte."

Por ter a poesia, não terá trecho de música ao final do post. Entretanto, deixo o vídeo pelo qual conheci tal texto. A banda Cordel Fogo Encantado recitando parte desses versos durante o DVD 'MTV Apresenta Cordel Do Fogo Encantado'.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Ufa!

Como é bom se reencontrar após um período turbulento e confuso da vida. Sabe quando você se perde, mas de tal forma, que fica difícil se encontrar? Pior é que quando isso acontece, acabam-se mudando até traços de personalidade. É como se outra pessoa tomasse o controle.

Pois bem, quando isso acontecer, trate, e logo, de retomar as rédeas de tudo. Não deixa o cavalo correr com a carroça sem direção pelo campo, algo ruim pode acontecer. Quase aconteceu, quase que a charrete tombou nesse percurso. Espero que tenha ficado mesmo no quase.

É incrível ver como eu mudei durante esse período, e não gostei disso. Virar o avesso do que você costuma ser é uma sensação terrível. Tornar-se irritável e irritante, confuso, bruto e egocêntrico. Para mim, não há nada pior que isso.

O bom é que sempre aparece alguém para te colocar os pés no chão e te alertar pra realidade. Neste caso, foi meu pai quem me chamou a atenção. Ele me disse: 'Tá muito nervosinho. Quer infartar com 23 anos?' Aí sim, eu parei com esse tornado que tinha me transformado e voltei a mim. Já que falei nele, e ele divide a posição de meu fã nº1 com a minha mãe: beijo, pai!

Peço para quem acabou, de alguma forma, se magoando, se irritando, ou qualquer coisa do tipo, comigo, que me perdoem. Confesso que não foi nada de caso pensado. Foram sucessivos erros em meio a uma fase complicada na vida.

Bom, agora creio que tudo se encaixa nos eixos e a vida, aos poucos, vai voltando a sua normalidade. Eu pensava que era bom se perder de vez em quando. Tenho que assumir que estava errado. Melhor é se reencontrar. Uma sensação de alívio enorme.

"I just got lost!
 Every river that I tried to cross
 Every door I ever tried was locked
 Ohhh and I'm just waiting 'til the shine wears off"
(Coldplay - Lost!)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Que fase!

Se eu contasse meu atual momento ao narrador da Sportv/Globo, Milton Leite, ele olharia pra mim e diria sua famosa frase: 'Que fase!' Meu momento 'hippie' tem sido atrapalhado por dificuldades do cotidiano. Tenho atraído uma pequena marola desses problemas.

Hoje, mais uma vez, tive a certeza de que meu carro me odeia. Após ter ido pro mecânico e trocado a tal bomba de combustível, ele apresentou outro problema. O detalhe é que a bomba realmente estava com um defeito, ou seja, outra coisa está errada nele. Sempre na minha mão. Enfim, me deu dor de cabeça, vontade de chorar de raiva, e também, de socar o carro.

Já diria o Lula: 'Vocês não sabem o que é urucubaca!' Creio que estou precisando me benzer, tomar um passe mediúnico, me confessar com o padre...qualquer coisa para afastar essas ondinhas de irritações que vem de encontro a minha pessoa.

Tenho que parar com essa fase 'hippie' e fazer alguma doidera pra extravasar essa energia. Tenho sido um tanto quanto comum, e isso me incomoda. Chegou o momento de causar desordem. Mexer um pouco com tudo pra ver se essa zica se afasta de mim, e de vez.

Obs.: Minha 'sorte do orkut' me diz "Sorria. Isso basta." Será que é suficiente pra passar essa fase?

"Vou sair
 Vou esquecer meu nome
 Vou me distrair
 Vou criar desordem
 Até o amanhecer
 Até eu enlouquecer"
(Moptop - Como Se Comportar)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Just to thank you one more time

Devaneios da...manhã?! Sim, já que cheguei somente este horário em casa. Meu devaneio de hoje será matutino. Aviso que isto não se tornará regra. Portanto, não se acostumem com posts às 07h47 da manhã.

Bom, vamos aos detalhes. Festa do branco foi muito boa. Deu pra beber bem, até. Infelizmente, não pude encontrar amigos que estariam lá, mas deu pra curtir muito mesmo assim. Beber Skol até altas horas da madruga é sempre bom.

Entretanto, não foram só flores. Confesso que houve alguns momentos de stress passageiro, eu sei. Mas, acontece. Faz parte da vida. Para coroar a noite, batata e cerveja com amigos, tudo entre muita conversa e descontração.

Mas, para justificar o título, finalizo o post com uma 'homenagem' ao grande encorajador de muitas pessoas nesse mundo.

"And you know that I'll survive
  Every time you come
  Just to thank you one more time
  For everything you've done
  Alcohol
  Alcohol"
(Gogol Bordello - Alcohol)

domingo, 14 de novembro de 2010

Senhor da razão

Vim muito disposto a soltar os cachorros pela primeira, ou segunda vez, neste blog. Mas, entretanto, uma pessoa apareceu e me deu um conselho pra vida. Justamente a mais improvável. Essa pessoa veio e disse o que eu precisava ouvir.

Realmente, Deus escreve certo por linhas tortas. Neste caso, tortas até demais. O senhor da razão apareceu na forma de quem eu menos esperava. Mas, enfim, foi algo que eu tinha que ouvir e que me acalmou os ânimos, muito exaltados até o final da noite. Se fosse por  meia hora antes, talvez estaria aqui chorando pitangas. Nada como tentar manter a sanidade e ser correto, na medida do possível.

Pois bem, alguém tinha que pagar pela minha raiva momentânea. O escolhido foi o resto do saco de bombons 'Ouro Branco'. Eles acabaram de levar um fim. E um fim leva, agora também, este rápido e curto post. Hasta mañana.

"Foi assim que o senhor da razão me falou
 Não fique triste estamos bem longe do fim
 Sem motivo pra se preocupar com coisas
 que só vão se resolver com o tempo"
(Aliados - O Senhor Da Razão)

sábado, 13 de novembro de 2010

Conflitante

Um dia meu cérebro e coração vão se entender. Um dia. Mas, esse dia creio que está longe de chegar. O pior é fazer com que uma pessoa, há 23 anos movida pela emoção, desta vez faça a razão falar mais alto.

Neste momento, isso é mais do que necessário. Hora de compreender a real situação das coisas e se colocar no devido lugar. Não se achar de mais e nem de menos. Ser aquilo que o momento pede para que seja. Não é fácil, tampouco agradável. É o que temos para agora.

Enfim...

Tenho que ter o que conquistei nos últimos meses como arma para sobreviver a esse conflito: o desapego. Continuar no momento e relax e, como me disse uma amiga, não encucar e deixar essa fase passar. Pois bem, já sei o que vou fazer. Agora é botar em prática (tarefa difícil, né?).

Obs.: Tenho me tornado um viciado em bombons 'Ouro Branco'. Está na hora de controlar isso, urgentemente.

"Não vou tentar
 Não vou insistir
 Não vou lutar
 Já me rendi
 Meu desapego
 É meu sossego"
(Moptop - Desapego)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Um passo em falso

Post feito com suor e lágrimas, literalmente. Lágrimas nem tanto, mas logo após chegar do futebol. Como dói dar um passo em falso. Não no sentido figurado, digo errar a passada mesmo na hora de uma arrancada para correr e chegar na marcação do adversário.

Faltando 8 minutos pro fim do jogo, ganhando a partida por 12 a 10,  fui correr para marcar o adversário quando veio a fisgada atrás na parte posterior da panturrilha. Mano, que dor! Ainda tentei voltar pro jogo, mas sem condições, o time que se vire sem eu em campo.

Resultado do passo em falso: leve distensão muscular na panturrilha. Bom, pelo menos consegui dirigir até em casa, tô numa boa. Amanhã espero já estar melhor e assim indo até estar 100% no fim de semana.

Mas é incrível como eu tenho propensão a sofrer estiramentos musculares. Acho que, talvez, seja pelo fato de eu não fazer aquecimento antes das partidas (apenas uma suposição). Antes já tinha tido um estiramento muscular na coxa esquerda e fiquei 3 meses sem conseguir jogar. Problema foi resolvido com shorts térmico que mantém o músculo aquecido. Agora é a vez da panturrilha direita.

Mas, pensando bem, vivo com pequenas lesões pelo corpo. Já bati a cabeça contra o chão jogando no gol, tenho dores crônicas nos dois dedinhos das mãos, um pequenino cisto sinovial na mão direita, além de já ter ficado parado por um mês por causa de um edema na panturrilha esquerda. Lembrando agora, já fiquei dois meses parado também por causa de um entorce no tornozelo esquerdo. 

Pensando melhor, está na hora de retomar o condicionamento físico ou desistir de vez de praticar esportes. A cada mês apareço com uma pequena lesão como novidade aqui em casa. Já está deixando de ser engraçado para ser trágico.

"Vai começar o futebol, pois é,
 Com muita garra e emoção.
 São onze de cá, onze de lá
 E o bate-bola do meu coração"
(Arranco De Varsóvia - 1 x 0)

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Quebrando

Eu sou uma pessoa que dá muita importância ao valor das amizades. Sou acostumado a lutar para tentar manter o vínculo com a maioria das pessoas que passaram na minha vida mas, por algum motivo, já não estão mais tão presentes. Infelizmente, um dia, essas tentativas esgotam.

Ver um laço forte de amizade se quebrar é triste e, de certa forma, decepcionante. Ainda mais quando você busca formas e formas para seguir com essa ligação, mas do outro lado você vê que isso já não existe mais. Sinto um grande pesar quando, além disso, já não existe mais respeito ou consideração um para com o outro. É triste, pois eu sabia que um dia chegaria nesse ponto e, ha hora, não fiz nada para evitar.

Eu procuro sempre mecanismos para continuar com amizades vivas. Até quando há muito desgaste, tento uma fórmula para retomar as coisas, de um jeito que tudo possa melhorar com o tempo. O problema é quando a outra pessoa não te entende ou não compreende os motivos de você fazer isso.

Quando uma amizade está partida é necessário o afastamento. Um momento de reflexão e autoconhecimento, para ambos. Continuar com o mesmo laço, corroído e desgastado pelo tempo e outras situações, não é saudável para ninguém. É preciso que sejam feitos novos laços com essa outra pessoa.

Infelizmente, nem todos entendem da mesma forma. Mas não é momento de julgar culpados, certos e errados. Pelo menos, há ainda a consciência tranquila de que foi tentado o possível para uma boa relação. Entretanto não foi possível.

Não há de se perder mais tempo, Inês é morta. É hora de seguir a vida visando outras coisas. Ficam-se as boas lembranças e lições. Vão se as mágoas e tormentos passados. Nada como um dia após o outro dia.

"Eu tentei te dizer
 Agora é em vão
 Sobrou sua aversão por mim"
 (Moptop - Eu Avisei)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Cadê o GPS?

Você já teve algum momento na sua vida, alguma situação em que pensou: 'Cara, o que eu faço?'. Então, te falar que é bem complicado passar por isso. Especialmente, quando se está acostumado a ter tudo sob controle, onde você pensa, age e leva as situações da forma que quer. O que fazer quando não se está totalmente ao volante?

Nessa hora que dá vontade de rogar aos céus e pedir: 'Me vê um GPS aí, Senhor?'. Po, diz se não seria muito mais fácil se tivesse algo que te dissesse o que fazer, falar e como agir? Eu sei que existe intuição, mas essa não é um GPS lá muito confiável.

A contradição acontece quando você se sente bem nesta situação, mesmo não tendo todo o controle. Ainda que queira tomar as rédeas disso, o problema é que é muito complexo lidar com o imprevisível. Mas a sensação do imprevisível é, de certa forma, excitante.

Afinal, não há nada mais chato no mundo do que receita de bolo. Coisas prontas vão ser sempre aquilo. Não há o diferente, não há o novo, não há a surpresa. Apesar de ser perigoso, dar o próximo passo sem saber se vai chegar do outro lado da ponte ou cair no penhasco, é emocionante. E a vida, sem emoção, não tem graça.

"I want to exorcize the demons from your past
 I want to satisfy the undisclosed desires in your heart"
(Muse - Undisclosed Desires)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Por las calles de Madrid

Estou começando o processo para uma provável experiência nova na minha vida: morar fora do país. Destino: Madrid, España. Mas quero ir para lá como cidadão europeu. Para isso, preciso do famoso passaporte vermelho. Daí vem o post.

Agora começa o longo caminho até o bendito documento e a obtenção da dupla cidadania, para eu não ter qualquer tipo de problema ao chegar na terra natal de grande parte da minha família. O pontapé inicial é o preenchimento das primeiras guias para fazer o pedido junto ao consulado espanhol no Brasil.

A partir daí, começa uma longa novela, mas creio que serão poucos meses, pois minha irmã e minha mãe já possuem o documento. Além disso, minha mãe é espanhola, o que facilita a retirada. Por falar nela, já que ela sempre é minha fã nº 1 e leitora do blog: beijo, mãe! kkkk

Lá do outro lado do Atlântico, devo morar uns meses, a princípio, com a minha irmã. Pegar o idioma fluente, fazer cursos, me aprimorar. Minha ideia inicial é voltar ao Brasil, mas, como a vida é cheia de surpresas, não posso prever nada.

Ainda vou ter que fazer todo um tratamento psicológico pra me adaptar com esse projeto de mudança e ir buscar aquele algo mais na vida. Se até agora não encontrei aqui, vai ver que esteja lá mesmo. Bom, vamos ver no que vai dar.

"Por la calles de Madrid
 bajo la luz de la luna,
 de Cascorro a Chamberí,  
 pasa rondando la tuna."
(Canciones de Estudiantina - Estudiantina Madrileña)  


Por fim, o post têm os vídeos de duas músicas muito famosas para quem está presente quando a família Gutierrez se reúne. Já é uma tradição cantá-las, sempre ao final dos festejos, quando o álcool já deixou todo mundo muito mais alegre. Forma-se a roda, começa a cantoria. E quem não sabe a letra, bate palma. Desde que me conheço por gente, eu ouço essas músicas. Quem ainda não viu essa cena, ainda tem que vir a uma festa da família, é cômico!


El Poropompero




La Ronda Del Silbidito

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

De volta a rotina

Essa semana será de empurrões aos planos, antes estacionados. Hora de retomar a academia, onde fiquei afastado por dois meses (um por lesão e outro por preguiça), projetos, trabalhos, estudos. Enfim, chegou a hora de abandonar qualquer resquício de estagnação do meu cotidiano.

E entre uma semana que se vai e outra semana que está chegando, eu posso dizer: que dias estranhos. Mas não estranhos de esquisitos, mas sim, diferentes. Meio malucos, mas divertidos ao mesmo tempo. Se a vida seguir por esses caminhos, eu vou achar bem emocionante.

Ao mesmo tempo, estou podendo me entender mais e parando de tentar entender os outros. Não é minha obrigação. Não dá para entender o ser-humano, isso já está mais do que claro para mim. Na verdade, eu não estou querendo saber de entender agora, eu quero mais é viver o momento e aproveitar. É o que eu tenho feito em relação ao mundo, e o que eu tenho recebido tem me agradado.

Além do que, estou mais relaxado. Minha fase 'hippie'. Não quero guerra com ninguém. Quero paz com quem eu puder ter e, com quem não, quero trégua. Praticamente distribuindo bandeiras brancas por onde eu passo. Afinal, não quero que este bom momento da minha vida se estrague e nem que acabe neste momento.

Como eu digo: Já é tão difícil viver. São tantas provas, tantos obstáculos. E a única certeza que temos é que não vamos sair vivos desta. Então, pra que levar ela de forma tão séria e de cara tão fechada. Para de ter medo da turbulência e aproveita a viagem, porque ela é longa.

"We're just moments, we're clever but we're clueless
 We're just human, amusing and confusing
 We're trying, but where is this all leading?
 We'll never know"
(Jack Johnson - Never Know)

domingo, 7 de novembro de 2010

Premiado

É incrível que sempre que eu pego o Pálio da família para dirigir, alguma coisa quebra nele. Eu começo a achar que, realmente, aquele carro não gosta de mim. Parece que ele me vê chegar perto e pensa: É agora que eu arrumo problema pra cabeça.

Só na minha mão já teve que trocar o escapamento, duas vezes, toda a parte de suspensão, peças no motor, pneu, bateria, além de ter sofrido um acidente e ter que trocar a tampa do porta-malas. Meu Deus, viu. O próximo problema eu espero que seja na mão de outro.

Pra piorar, este veículo bendito me dá problemas bem na saída do hipermercado Extra. Me faz encostar ele onde não se pode, em uma avenida movimentada. Após esperar o socorro do seguro, vem a notícia: o problema está na bomba do tanque de combustível.

Porra! Essa é nova! Já foi trocada toda a suspensão, motor, pneus, e agora, a bomba de combustível! Na minha mão esse carro tá quase se tornando um novo, com a carçaca de um 2003. É muita sacanagem. Pelo menos, ele deu este problema só agora e não durante a viagem para Pedro de Toledo.

Meu, se na minha vida eu só arranjo esses peninos pra resolver, está na hora de eu começar a jogar. Acho que devo tá com muita sorte no jogo pra tanto probleminha na vida. Mas, o jeito é (dar uma fugidinha com você kkk) tirar sarrinho do que acontece e levar na esportiva.

A vida já é muito séria e a gente não vai sair dessa vivo mesmo. O negócio é tentar aproveitar a viagem e procurar não se estressar. É a única forma.

"Nem o demônio eu vi bebendo tanta gasolina
 Diplomata interceptor V-6"
(Matanza - Interceptor V-6)

sábado, 6 de novembro de 2010

Caminhos

Todo dia traçamos o nosso próprio caminho. É fácil quando você tem que tomar as decisões por si próprio. Assumir os próprios riscos e seguir em frente. Mas quando você não está sozinho? Quando você tem que trilhar o próprio caminho, mas há outra pessoa nele também?

Fato é que nunca teremos a mesma estrada pela frente. Uma hora, cedo ou tarde, cada um trilha o próprio caminho. Nessa hora, de separar para que cada um siga sua estrada, é necessário manter a calma e ter paciência.

A última coisa que se deve deixar acontecer é ser tomado pela insegurança. Re-aprender a andar nem sempre é fácil. Mas após os primeiros passos, sempre os mais difíceis, o resto da jornada passa a ser de autoconhecimento e buscas pelo novo.

Nessa hora, é comum pensarmos que perdemos tempo com aquela pessoa. Mas não é verdade. De certa forma, ela esteve ali, no tempo necessário, para que você pudesse vivenciar aquilo e crescer com isso. Tudo nessa vida tem um porquê. Nada acontece por mero acaso.

Situações como essas servem para você repetir acertos e se prevenir de erros. De qualquer forma, ela se torna parte de nossa bagagem de vida e faz com que deixemos de ser ingênuos, comuns, e nos fazem firmes e fortes, com o tempo.

Portanto, reflita. Nem todo fim é ruim. Nem toda separação é para ser uma tortura. Apenas é um ciclo que foi completo em sua vida. Uma porta para um novo ciclo que está por vir. Abra os olhos para isso.

"Eu sei,que perdemos tanto tempo aqui
 me faço de desentendido
 Mas sabemos o que nos prendeu
 A insegurança é o que fez morrer"
(Dead Fish - Obrigação)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Incerto como o amanhã

Como ficamos meio sem rumo quando acontece alguma situação nova e inusitada nas nossas vidas. Mas não é um 'sem rumo' ruim. É não saber como agir, o que dizer. Um certo nervosismo que toma conta por completo de você. Mas, com o desenrolar dos dias, é mais fácil para lidar com isso tudo.

O bom é que, normalmente, coisas desse tipo acontecem num momento que você mais precisa. Apesar de ser reachada de incertezas, é como se já tivesse sido traçada por alguma linha torta dessa vida. É algo que serve para dar um choque positivo em tudo que você está passando e expandir horizontes a sua volta. Sair de dentro do casulo.

Melhor ainda é quando isso acontece num momento mais oportuno da sua vida. Aquele em que você tá buscando estar em paz com tudo. Evitando discussões por nada. Tentando aproveitar mais o belo que a vida tem a oferecer. Claro que há momentos em que isso não é possível, mas a vida não é só flores.

Pelo menos eu estou podendo acreditar que, como diz o provérbio: "Depois da tempestade vem a bonança".

Mas, enfim...

Vibrações positivas nessa vida. Sinto que o momento de parar de postar tão tardiamente e voltar ao trabalho está próximo. Espero que isso se concretize e o mais rápido possível. Além disso, animado pra 'Festa do Branco' e niver que vai rolar nos próximos dias. Sem contar o Planeta Universitário, em dezembro.

Blog continuando a todo vapor, com postagens diárias, há 2 semanas. Dessa vez eu acho que engrena mesmo a minha aventura por esse mundo.

"Vai saber se foi mais um sonho desses que só lembro bem depois
 Como se eu fosse criança descobrindo o mundo mais de perto
 Invento mais uma dança pra fugir de tudo que era incerto
 Incerto como o amanhã"
 (Aliados - Como Se Fosse Criança)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Novo sol

Como é difícil, as vezes, amadurecer. Parar, analisar seus passos, enfim, fazer uma autocrítica. Enxergar seus acertos e, principalmente, os erros. Refazer caminhos, trilhar novos, consertar o que dá para se consertar e não tocar naquilo que já está arruinado.

Nesse momento, parece irônico, mas a melhor coisa é um pouco de solidão. Não a solidão de se afastar de amigos, família, marido, esposa, namorada(o), filhos ou o que seja. Mas se afastar um pouco de toda situação que te faz entrar em conflito, que te causa, de alguma forma, um bloqueio.

Longe disso que te bloqueia, de alguma forma, você pode enxergar mais coisas em si. Pode compreender situações que antes você pensava: "por que isso aconteceu?". Depois disso, ainda é capaz de entender como lidar com o que te causa esse muro de incompreensão. Transformar ele em um aliado e não em um obstáculo.

É um tempo sombrio, de dúvidas, incertezas. Mas após enfrentar isso, o tempo só tende a melhorar em sua vida. Em meio ao inverno é capaz de surgir um novo sol, iluminando novos caminhos e te dando novas convicções para que você possa seguir em frente.

"Se chegarmos lá na frente
 Depois de dias muito longos
 Aquele inverno já passado nos trará um novo sol.
 E vai ser bem melhor"
 (Voltz - Um Novo Inverno)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Rir e renovar

De volta aos meus textos da madruga e muito feliz. Nada como sair do foco de tensão e viver uns dias alienado do mundo para recuperar um pouco a sanidade. Feriado bom demais. Sem stress, sem preocupações, sem pensamentos complexos. Apenas festa, amigos e muita, mas muita risada.

Hoje entendo melhor a famosa frase: Rir é o melhor remédio. Não há humor que não melhore, cara emburrada que não passe ou problema que resista a alguns dias de cômicas pérolas e zoações de todas as formas. Tudo é tão bom e tão intenso que já sinto saudade dos dias que passaram a medida que vou retornado a rotina.

Churrasco, bebida, piscina, quarto cheio de gente, intermináveis diálogos recheados de besteiras. Seria bom se a vida fosse feita somente de momentos tão felizes e divertidos como esses. Fazia algum tempo que eu não preenchia minha vida com lembranças como essas.

Um dos melhores momentos é o 'pré-dormir'. Aquele em que todo mundo deita, mas ninguém dorme. Um lança uma pérola, o outro já solta uma graça e a terceira pessoa já complementa o ciclo, fazendo todos do quarto rir. Quando acaba um assunto, não demora 30 segundos para outro começar. Essa conversa só para quando todos estão esgotados já, sentindo falta de ar por rir demais e o sono já está para derrubar.

Voltei renovado. Mas com um gosto de 'quero mais'. Seria ótimo se toda minha vida tivesse esses intermináveis momentos de alegria, sempre cercado de amigos e sem nenhuma outra preoupação pra atormentar meu espírito já inquieto.

"It's a new dawn,
 It's a new day,
 It's a new life for me
And I'm feeling good"
(Muse - Feeling Good)