quinta-feira, 28 de julho de 2011

Lex talionis

Quem nunca ouviu falar de um crime bárbaro, seja na TV, rádio, internet, jornal ou revista e após ter conhecimento do caso pensou: 'nossa, esse aí merecia sofrer o mesmo que ele fez para suas vítimas só para aprender!'

A lei de talião ou lex talionis (lex: lei e talio, de talis: tal, idêntico) se baseia nesse conceito. De forma grosseira, se o cara roubou um objeto, corta a mão dele fora como pena.  É um critério antigo, usado no Código de Hamurabi (sim, eu gosto de história). Ou seja, já existe há, pelo menos, desde 1.700 antes de Cristo.

Já diria o advogado, Jeferson Badan: 'Todo bandido tem ética.' Ele usou essa frase para defender o cliente que não havia entregue o nome do comparsa acusado de assassinar um estudante na USP. Mas, em outros casos, bandidos também possuem ética.

É de conhecimento público que, em crimes graves, os culpados são colocados em celas separadas dos presos comuns. Casos de estupro, assassinato de menores, entre outros, os detentos juram o outro de morte. Se deixar junto, algum deles vai virar presunto.

Pois bem, no dia 13 de dezembro de 2009, em Tanabi, no estado de SP, Marcos Buzzini Guimarães Teixeira estava tentou atear fogo no padre da Igreja Matriz da cidade. Disse que fez isso para chamar atenção da mídia, já que estaria com câncer na garganta e no pulmão.

Ele estava no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Taubaté, a antiga Casa de Custódia, famosa por ter abrigado o 'bandido la luz vermelha', 'Chico picadinho', entre outros. Além de tudo, é conhecida por ser o berço do PCC, supostamente criado numa das alas. Desde 2006, o local funciona como hospital prisional psiquiátrico.

Nesta quarta-feira, ele foi seu corpo foi encontrado com os pés e mãos amarrados e com a parte superior do corpo queimada. A Polícia Civil disse que trabalha com a hipótese de suicídio, uma vez que Teixeira estava em uma cela individual e meia hora antes do fato acontecido, havia respondido normalmente à contagem diária de internos.

Convenhamos, há como acreditar que o dito cujo se suicidou. Rapidamente amarrou os pés e mãos firmemente e ateou fogo no próprio corpo a ponto de nenhum agente penitenciário reparar e só terem notado o feito quando o detento já havia morrido.

Eu creio mais numa velha lei de talião. Esperaram o tempo necessário pro caso esfriar e deram cabo do sujeito. Só fica a dúvida se isso foi feito pelos próprios guardas ou se foram os presos, num momento de descuido da polícia.

Quem quiser ler, aqui está a matéria sobre a morte de Teixeira. Segue o vídeo com o relato do Dr. Jeferson Badan que, além de falar em ética de bandido, disse que ser ladrão é uma profissão. Um cretino desses tem um certificado da OAB. Dá-lhe, Brasil!

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