sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O limite do marketing

Estamos acostumados com o mundo do marketing entrando em nosas vidas. Qualquer veículo de comunicação nos apresenta diversos comerciais, muitos que marcam a nossa memória. Sejam pôneis malditos, siris e tartarugas bebendo cerveja, entre tantas outras coisas. O marketing sempre está presente.

Quando o marketing se alia ao esporte, futebol principalmente, ele passa a ser uma coisa agressiva, mais que do que já é. Os clubes inventam campanha em cima de campanha, muitas delas utilizando o adversário como escada, para angariar novos sócios, potenciais compradores de produtos, etc.

Porém, algumas coisas passam do limite. Quando o Ronaldo chegou ao Corinthians, tudo que acontecia, teria que ter a marca Ronaldo. Convenhamos, o Fenômeno vende. Foram tantos patrocinadores interessados que houve até imagem de patrocinador no uniforme na região da axila. Duzentas informações que estampavam muitas marcas, mas perdia em futebol e manchava uma camisa tradicional do País.

Ultimamente quem criou polêmica foi o Santos. O anúncio feito por Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, presidente do clube, em querer relacionar Pelé entre os 23 atletas do elenco que irão participar do Mundial de Clubes da FIFA causou uma divisão entre os jornalistas esportivos, principalmente.

Torcedor que é torcedor, pode achar um absurdo, mas não ficaria revoltado em ver, aos 45 minutos do segundo tempo, o Rei entrar em campo para bater um penalti, receber a faixa de capitão e ao lado da nova safra de Neymar e CIA, erguer a taça de campeão. Seria um marco, seria histórico.

Mas, há sempre o outro lado. Muitos falam que é um exagero pela parte do Santos. Uma estratégia de puro marketing para receber mais atenção do que um Barcelona liderado pelo atual melhor jogador do mundo. Tática desesperada para chamar a atenção da mídia.

Boa parte não quer ver um senhor, aos seus 70 anos, entrar em campo e ser chamado de campeão ou ser considerado que ele disputou o Mundial de Clubes de 2011. Também acham ridículo colocar Pelé como tricampeão pela Seleção e Santos, caso seja inscrito e o clube brasileiro vença.

Enfim, muito dessa discussão agora se acalmou, já que Pepito, assessor próximo ao eterno camisa 10, disse que Pelé apenas aceitaria ser embaixador do Santos no torneio, mas que não entraria em campo para jogar. De qualquer forma, é uma estratégia de marketing inovadora, ousada, forte, mas arriscada. Uma tática que vai além do setor, que mexeria com o time profissional, com a perda de um jogador em atividade para a disputa e que causaria dores de cabeça, caso o Santos saísse perdendo.

Afinal, até onde vai o limite do marketing e quem, dentro dos clubes brasileiros, terá peito de falar 'isso não pode', ao invés de sempre abaixar a cabeça no momento em que dizem que irá trazer dinheiro para os cofres do time?

Um comentário:

  1. Não importa o que vai acontecer, Pelé é Pelé e o resto não me importa. A ideia é genial!
    Leio hoje um texto magnífico como poucos na imprensa atual. Parabéns pela desenvoltura. Abraço

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