quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Assad, shabiba e a mentirosa democracia síria

Em meio a onda de revoltas que acontecem na África e Oriente médio, outros países tentam caminhar para uma verdadeira democracia. O embrião foi plantado com os protestos em meio a forjada eleição no Irã, que reelegeu Mahmoud Ahmadinejad. Apesar disso, vídeos de repressão aos opositores do presidente iraniano apareceram aos montes na internet.

Após isso, ditaduras camufladas de repúblicas começaram a cair. Primeiro, Zine El Abidine Ben Ali foi derrubado no governo da Tunísia, cargo que ocupava desde um golpe em 1987. Depois, Hosni Mubarak, no Egito, renunciou a posição de presidente após um 'mandato' 30 anos.

Agora, com uma grande revolução, aos poucos, Muammar al-Gaddafi está deixando o poder da Líbia, o qual assumiu com um golpe de Estado em 1969. Uma guerra que vem sido travada diariamente e ganha aos poucos, pela liberdade do povo líbio.

Outro país que almeja se livrar das garras ditatoriais é a Síria. A falsa presidência da família Assad no país, só trouxe morte e terror a população. Hafez al-Assad tomou o poder em 1970, com um golpe de estado. Treinado por militares, comandou a Síria com punho de ferro, já tendo entrado em guerra com Israel e ocupado o Líbano.

Hafez só saiu do cargo com a morte, em 2000. Mas, em seu lugar foi eleito presidente, por incrível que pareça, o filho do presidente falecido, Bashar al-Assad. Convenientemente, foi candidato único. Sangue do mesmo sangue, mas sem o pulso do pai, deixa o país ser governado por generais do Baaz, partido que manda na Síria.

A revista alemã, Der Spiegel, publicou uma matéria sobre o clima no país. Em contato com opositores escondidos, a reportagem mostra um povo que anseia pelo golpe e pela liberdade, mas que convive com o medo e represálias diariamente.

Serviços secretos, o exército e os 'shabibas' (fantasmas) atacam a quem se opor ao presidente ou ao sistema de governo. Os relatos trazem a tona o que os noticiários não mostram. Milhares de mortos, presos torturados, desaparecidos e violência gratuita mediante a manifestações pacíficas contra o regime de Assad.

O cenário é pior do que um filme de terror, como 'O albergue'. Sâo cabeças decepadas, pedaços de corpos pelas ruas, mortos pelas ruas durante a madrugada. Sem contar nas torturas como espancamento até o desmaio, pendurar a pessoa no teto, jogar baldes de água fria e depois eletrocutá-la até choques elétricos nos testículos fortes o suficiente para o torturado urinar sangue.

Entretanto, os opositores não sabem como derrubar Assad. Querem a ajuda dos governos ocidentais e ao mesmo tempo temem que investidas militares tragam mais violência e morte para a população. Um clima desesperador que faz um entrevistado pensar: 'se talvez os mortos não estejam em melhor situação'.

Com a eminente queda de Gaddafi, a comunidade internacional deve voltar a atenção e o mais rápido possível para a Síria. Assad faz promessas vazias sobre maior abertura política e o panorama no país é um dos piores possíveis. É necessário uma grande intervenção.

Clique aqui para ler a matéria do Der Spiegel na página do UOL.

Um comentário:

  1. O planeta terra não acabará em 2012. Só o ser humano, racional por ironia!

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