sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Muito mal, Renato Maurício Prado

Eu passei quatro anos estudando jornalismo para aprender, entre outras coisas, que um jornalista há de ser imparcial perante a cobertura de um fato. Tem que se despir das suas preferências sejam religiosas, esportivas, políticas ou qualquer outra.

Há muito tempo que defendo a cobertura esportiva feita de forma isenta pelos canais ESPN. Além disso, critico a posição do Sportv por se abster do jornalismo quando se trata de determinados temas como CBF e o presidente da entidade, Ricardo Teixeira.

Mas o que fez o comentarista Renato Maurício Prado foi, no mínimo, infantil. Durante o programa 'Redação Sportv' ele simplesmente esqueceu da profissão e vestiu a camisa rubro-negra do Flamengo. Falou como torcedor e isso não se faz.

Depois, tentou consertar o erro e justificar a reação com outros comentários. Mas aí amigo, aí já é tarde e todo mundo já percebeu que o torcedor falou mais alto. A indignação dele pelo técnico da Seleção convocar Ronaldinho e, talvez, tirar o camisa 10 do jogo contra o Corinthians, foi ridícula.

Ainda por cima, se mostrou sem conhecimento em relação ao futebol internacional. Destilou veneno contra as convocações do volante Luis Gustavo e dos meias Jádson e Fernandinho. Ora, se ele parasse de apenas ver Campeonato Brasileiro e Ronaldinho iria saber quem são estes.

Luis Gustavo é um caso daqueles jovens que vão cedo para Europa. Tal como David Luiz, zagueiro do Chelsea, chegou ao futebol alemão com 20 anos de idade. Ganhou destaque e fez parte de uma campanha surpreendente do Hoffenheim, que liderou parte da Bundesliga. As atuações foram de tanto destaque que o Bayern gastou mais de 15 milhões de euros para o brasileiro substituir o antigo capitão Mark Van Bommel, que foi para o Milan.

Jádson foi destaque ao lado de Washington e Dagoberto na campanha do vice-campeão Atlético-PR em 2004. Despertou o interesse do Shakhtar e foi para a Ucrânia em 2005, como também fez Elano. Por diversas vezes, diversos clubes brasileiros tentaram repatriar o jogador, mas o clube ucraniano nunca liberou o brasileiro. Pelo Shakhtar, carregou o time na conquista da Copa da UEFA (hoje Liga Europa), o segundo maior torneio europeu de clubes.

Já Fernandinho apareceu junto com Jádson no Atlético-PR. Fernandinho faz parte de uma safra de jogadores que foram campeões sub-20 pela Seleção em 2003. Entre os companheiros estavam Daniel Alves, Nilmar, Jéfferson e Adriano (convocados por Mano Menezes), Dudu Cearense e Daniel Carvalho (passagens pela Seleção principal), além de Dagoberto. Ou seja, faz parte de uma geração vencedora, com talento e que sabe jogar, num é uma 'baranga' qualquer, como disse o flamenguista.

Finalizando, eu sou da filosofia que 'está jogando bem, tem que convocar'. Então, não importa se o Ronaldinho pode não estar bem em 2014, se ele é útil hoje, joga hoje. Simples. Prefiro ele em campo do que o Ganso, ultimamente.

Um comentário:

  1. Renato Maurício Prado tem que ler e decorar urgentemente os PRINCIPIOS EDITORIAIS DAS ORGANIZAÇÕES GLOBO

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