Prometi que raras vezes irei escrever algo relacionado a futebol aqui. Entretanto, devido ao fato inusitado desta quarta-feira, terei que falar sobre o esporte bretão. Mais do que isso, citar a prepotência brasileira em competições internacionais.
Cruzeiro, Fluminense, Internacional e Grêmio se uniram ao Corinthians no seleto grupo de equipes brasileiras eliminadas da Libertadores 2011. O que aconteceu com a equipe paulista, eliminada pelo desconhecido Tolima, da Colômbia, em fevereiro, deveria ter servido de alerta, mas, não foi isso que aconteceu.
Com os jogos das oitavas-de-final definidos, já falavam que teríamos um Gre x Nal e o confronto das 'duas melhores equipes do torneio', Cruzeiro x Santos. Sim, o mesmo Santos que penou e só se classificou na última rodada, em segundo do grupo, era colocado como o time mais forte ao lado do Cruzeiro, melhor equipe da primeira fase.
Diferente das outras equipes conterrâneas, o Peixe passou, com muito sufoco, pelo América, do México. Jogou sempre em estado de alerta e contou com uma atuação de gala do goleiro Rafael para assegurar a vaga.
O Grêmio que, desde o final da primeira fase vinha caindo de produção, perdeu os dois jogos para a Universidad Católica, do Chile. Não jogou bem em nenhum momento e mereceu estar fora. Os chilenos, que só chegaram a final uma vez na história, perdendo para o São Paulo, passaram por cima do time bicampeão da competição.
Já a outra equipe do Rio Grande do Sul, o Inter, foi parado pelo Peñarol, do Uruguai. Atual campeão da Libertadores, o time brasileiro empatou no Uruguai e precisava só empatar para se garantir na próxima fase. Melhor do que isso, abriu o placar logo de cara, com Oscar. Foi para o intervalo com a vaga na mão e a perdeu com cinco minutos de jogo do segundo tempo. Pentacampeão da Libertadores, o Peñarol ganhou por dois a um e segue na disputa pela taça.
Único representante carioca, o Fluminense começou como favorito no torneio. Perdeu essa credibilidade depois da péssima primeira fase, onde um milagre classificou o time do Rio de Janeiro. Infelizmente, um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Ganhou o primeiro jogo do Libertad, do Paraguai, por três a um, em casa. Fora, foi goleado por três a zero e, eliminação para eles. O time paraguaio, que chegou no máximo a semi-final, levou a melhor.
Mas, a grande decepção ficou por conta do Cruzeiro. O time goleador, melhor da primeira fase, o badalado. Enfrentou o Once Caldas, da Colômbia, a equipe que é a grande asa negra de times brasileiros. Azarões, os colombianos venceram a competição em 2004, eliminando Santos e São Paulo nas quartas e semi-finais, respectivamente. De quebra, conquistaram a América passando pelo Boca Júniors, maior vencedor do torneio.
Após ganhar jogando fora de casa, na altitude de Manizales, o Cruzeiro tinha a vaga nas mãos. Afinal, iria jogar em casa, onde só goleou. Poderia perder por um a zero, tinha os empates a favor. Mas, era o Once Caldas. Resumo, dois a zero para a equipe colombiana, técnico Cuca expulso por dar uma cotovelada em Rentería e Cruzeiro fora da Libertadores.
Está na hora dos brasileiros aprenderem que não é só o Brasil que joga futebol. Os argentinos, soberanos dentro da história da Libertadores, aprenderam da pior forma. Boca Júniors e River Plate, clubes tradicionais, não conseguem nem chegar ao torneio e as equipes que passam, penam para avançar.
Cada vez mais o futebol está nivelado. Hoje, clubes paraguaios, chilenos, uruguaios, equatorianos e colombianos conseguem surpreender. Falta entrar em campo, encarando o adversário de igual para igual, sem estar pensando em que clube brasileiro irá enfrentar na próxima fase. Não adianta nada, se a próxima fase não chegar. Fica a lição. Mas, o brasileiro dificilmente aprenderá. Ano que vem, lá estarão os mesmos falando que os brasileiros são os favoritos.
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