Houve quem dissesse que meus textos já não possuíam a qualidade de antes. Que eles passaram a ser posts mais sentimentais, simples. Ou seja, que houve uma mudança dentro da linha editorial dentro do 'Devaneios da madruga'.
A qualidade dos textos em si acho que não mudou. A verdade é que mudou o conteúdo. Muito do que eu escrevo acaba saindo pelo que eu penso na hora, o que sinto e o que eu reflito sobre o que acontece comigo ou com alguém, geralmente, mais próximo.
O estado de espírito do autor tem uma influência enorme dentro do processo. Confesso que quando enfrento momentos difíceis, com mágoas, tristezas e frases engasgadas, os textos saem carregados, com força. Desta forma, eles passam a ser muito mais impactantes.
Hoje, eu não enfrento mais as tormentas do final de outubro de 2010, quando este espaço começou. Muito foi trabalhado e superado. Uma espécie de processo de evolução. Com isso, vieram as mudanças na carga emocional dentro dos textos.
Apesar dos meus textos terem perdido essa carga 'depressiva', creio que a ideia por trás segue igual. Muda-se a casca, mas o conteúdo é o mesmo. Só o que acontece é que enxergo as mesmas situações pelo outro lado do prisma. Um lado mais calmo e tranquilo do que antes.
"Sonho o poema de arquitetura ideal
Cuja própria nata de cimento
Encaixa palavra por palavra, tornei-me perito em extrair
Faíscas das britas e leite das pedras
Acordo
E o poema todo se esfarrapa, fiapo por fiapo"
(Adriana Calcanhoto - A Fábrica Do Poema)
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